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5 de jan. de 2013

A unidade 731

O Japão foi palco de um dos maiores segredos da história. Um segredo terrível que ficou guardado durante 40 anos nos subsolos japoneses, e sua descoberta fez o governo japonês revelar ao mundo uma história assustadora sobre cobaias humanas para o desenvolvimento de armas biológicas!

Em 1989, operários que trabalhavam na estação de Shinjuku, em Tóquio, fizeram uma descoberta surpreendente: No subterrâneo estava enterrados restos humanos de centenas de pessoas! Essas pessoas foram cobaias de experiências militares durante a Segunda Guerra Mundial, e eram aprisionadas em um campo de concentração conhecido como Unidade 731, localizado na Manchúria. Com o final da guerra, os corpos e cobaias restantes foram transferidos para o laboratório do médico responsável e ali foram enterrados. O laboratório era localizado a poucos metros de onde os operários encontraram os restos mortais e era conhecido como "Escritório de Purificação de Água", para não levantar suspeitas.

A unidade era comandada por Shirou Ishii, médico da Universidade de Kyoto e microbiólogo do exército que chamara a atenção dos mais poderosos por causa de seu carisma e interesse em pesquisas com armas biológicas. Ele fora promovido em pouco tempo e, com um pouco de pressão em cima de seus chefes, conseguiu verba e cobaias para começar a sua primeira pesquisa para o desenvolvimento de armas. Sua primeira missão foi chamada de "Unidade Togo" e seu laboratório da Unidade 731 na Manchúria era enorme. Um complexo gigante com laboratórios e prédios próprios para "manterem" as cobaias. Os escolhidos eram prisioneiros de guerra, criminosos comuns e até "pessoas suspeitas".

Testes de vários tipos de doenças e resistência eram aplicados nos prisioneiros; alguns foram expostos às bactérias do anthrax e da peste, que também eram jogadas em plantações através de aviões; outros eram parcialmente congelados no inverno rigoroso chinês e os soldados batiam em seus braços e pernas com pedaços de pau até que produzissem o tão conhecido som metálico do congelamento, outros eram envenenados com gás, ficavam pendurados de ponta cabeça até morrerem asfixiados, e até tinham ar injetados em suas veias, para acompanhar o processo de formação de embolia nos órgãos humanos. Tribos inteiras foram submetidas à doenças graves, como a cólera, dissecamentos em cobaias vivas aconteciam sempre, e o Dr. Ishii registrava tudo em seus arquivos dizendo que as experiências eram feitas em macacos. Até hoje muitos se surpreendem com a frieza do médico, que em momento algum demonstrara remorso ou culpa, muito menos antes de sua morte em 1959.

Quando a guerra terminou em 1945, as atividades da Unidade 731 foram encerradas, e Ishii conseguiu com que todos os participantes das experiências mantivessem segredo sobre o que acontecia ali. Até mesmo as cobaias sobreviventes foram induzidas à não revelar nada do que viram/passaram durante o período em que estiveram aprisionados. Porém, quando o segredo veio à tona em 1989, muitos ex-prisioneiros apareceram e revelaram tudo o que sabiam para o mundo. Infelizmente, poucos receberam a devida atenção, e o governo japonês recusou-se a pagar indenização às vítimas e suas famílias. E mesmo com protestos, um pedido de desculpas - como os alemães fizeram no final da Segunda Guerra  - não aconteceu.

A China, o país mais prejudicado com a unidade (Além da base ser localizada no país, estima-se que mais de 300 000 chineses tenham morrido durante a existência da Unidade 731) criou uma réplica do prédio, uma vez que o original fora incendiado pleo Exército Imperial após a Segunda Guerra, para mostrar ao povo o que realmente acontecia na Unidade 731. A réplica funciona atualmente como um museu e fica localizado no local da unidade original, na Manchúria!!!

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